quinta-feira, 10 de abril de 2008
Virtual day after
E depois?
Depois da primeira noite de sexo, com uma pessoa com a qual não temos outro tipo de relação, o que se faz?
Há algum tempo, quando não havia o refúgio do MSN, havia a expectativa do "after sex".
Será que ele vai ligar?
Será que vai marcar um novo encontro?
Será que o primeiro beijo vai ser na boca, o que anuncia interesse numa relação, ou será que vai ser um casual cumprimento na face, anunciando assim uma relação também ela casual?
Hoje em dia, a primeira questão é: Se estivermos os dois online, será que ele me vai cumprimentar?
A segunda é semelhante: Será que vamos marcar um novo encontro?
Tudo o resto perdeu-se, porque se for marcado um novo encontro, é porque vai haver sexo, por isso o beijo, sendo ele na boca ou não, deixa de ser significativo.
As novas tecnologias de comunicação, podem ter tirado um pouco de brilho a essa expectativa, por outro lado, enriqueceram os beijos. Tirando importância ao beijo na boca, abriram um corpo inteiro de locais para beijar. Porque beijar a boca, quando se pode beijar um corpo inteiro?
Cat, continuando um pouco presa por uma vida inteira de regras sociais, evitou iniciar conversação com José, apesar de ter vontade de lhe escrever um "olá" na janela.
Esperou um pouco, para logo decidir fazer o que tinha vontade. José respondeu imediatamente: -Olá! Estava a ver que não me falavas hoje!
Cat sorria ao mesmo tempo que iam trocando mensagens.
A conversa foi evoluindo, cada vez mais intima, de tal maneira que sentia o seu corpo corresponder, como se estivessem lado a lado. Sempre achara estranha, e até um pouco doentia a forma como alguns amigos lhe descreviam manter relações de sexo virtual, mas naquele momento começava a perceber que poderia ter-se precipitado nesse julgamento.
Só com as palavras de José, sentia-se completamente excitada, com pequenas ondas de um prazer, muito mais subtil, mas nem por isso menos agradável. Compreendeu então que tomara a atitude mais correcta. Não se deve opinar sobre nada, se não se tiver passado pela experiência.
Não sabia como tudo iria acabar, mas sabia que dificilmente se esqueceria como podemos viver presos no preconceito, sem darmos conta que estamos completamente sufocados por ele.
Durante a conversa, nunca se tocou, mas sentiu o seu corpo reagir em cálidas ondas de prazer, com se as mãos de José o acariciassem suavemente. A mente humana é o nosso órgão sexual mais potente. Tudo o resto é comandado pela nossa imaginação.
E a nossa imaginação não tem limites....
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