Junho.
A relação de Cat com Melro tinha acabado, mas ele insistia em encontros cada vez mais inoportunos.
Sempre que tentava dizer-lhe que ficava incomodada com a insistência, ele olhava para ela com os seus olhos de cãozinho triste, deixando-a desarmada.
Acedeu mais uma vez em encontrar-se com ele para jantar.
Ele pediu que fossem a casa dele, em vez de irem a um restaurante.
Não querendo magoa-lo, disse que sim, relembrando-o que eram apenas amigos.
Ele foi busca-la.
Ao chegarem a casa, serviu-lhe uma sangria bastante doce e fresca.
Foram conversando e bebendo, enquanto ele fazia o jantar.
Quando começaram, Cat serviu-se mas mal tocou na comida.
Sentia-se um pouco tonta.
O açúcar disfarçara o grau alcoólico da sangria.
Comeu mais um pouco, com esforço, para ver se a sensação passava, mas sem muito sucesso.
Pediu-lhe para saírem por um momento, para poder apanhar um pouco de ar fresco.
Quando ia a passar por ele, para sair da mesa ele estendeu a mão e acariciou-a no pescoço.
Ela recuou, batendo com as costas na parede.
Ele levantou-se, avançando para ela tentando beijar-lhe os lábios.
O olhar dele assustou-a.
Já não era de caramelo, mas de um castanho vivo, com um laivo de raiva contida.
Desviou a cara e sentiu a mão dele no seu pescoço, descendo para o ombro por dentro da roupa.
O instinto de defesa tomou conta dela.
Sem ver onde acertava, empurrou-o para longe, com os joelhos e os braços e saiu de casa dele de rompante.
Lembrou-se que não tinha a mala com ela.
Voltou para trás e viu-o sentado, dobrado sobre si, emitindo pequenos gemidos de dor.
Agarrou na mala e saiu novamente.
A noite fazia as sombras das árvores avançar sobre ela, à medida que seguia com rapidez na berma da estrada.
No acesso até à estrada principal, não viu luzes que pudessem indicar que ele a seguira, mesmo assim seguiu por dentro da vegetação para evitar ser vista.
O calçado não era o indicado. Ia tão enraivecida que nem sentia as picadas das silvas, invisíveis no meio da escuridão.
Viu ao longe a estrada principal, onde existia um pequeno café.
Apressou o passo.
Queria lá chegar antes de pensar a quem poderia ligar para pedir boleia.
O fogo deve ser libertado em pequenas doses como se fossem fósforos.
Milhares de fósforos acesos simultaneamente, são impossíveis de controlar, provocando um enorme incêndio.
A relação de Cat com Melro tinha acabado, mas ele insistia em encontros cada vez mais inoportunos.
Sempre que tentava dizer-lhe que ficava incomodada com a insistência, ele olhava para ela com os seus olhos de cãozinho triste, deixando-a desarmada.
Acedeu mais uma vez em encontrar-se com ele para jantar.
Ele pediu que fossem a casa dele, em vez de irem a um restaurante.
Não querendo magoa-lo, disse que sim, relembrando-o que eram apenas amigos.
Ele foi busca-la.
Ao chegarem a casa, serviu-lhe uma sangria bastante doce e fresca.
Foram conversando e bebendo, enquanto ele fazia o jantar.
Quando começaram, Cat serviu-se mas mal tocou na comida.
Sentia-se um pouco tonta.
O açúcar disfarçara o grau alcoólico da sangria.
Comeu mais um pouco, com esforço, para ver se a sensação passava, mas sem muito sucesso.
Pediu-lhe para saírem por um momento, para poder apanhar um pouco de ar fresco.
Quando ia a passar por ele, para sair da mesa ele estendeu a mão e acariciou-a no pescoço.
Ela recuou, batendo com as costas na parede.
Ele levantou-se, avançando para ela tentando beijar-lhe os lábios.
O olhar dele assustou-a.
Já não era de caramelo, mas de um castanho vivo, com um laivo de raiva contida.
Desviou a cara e sentiu a mão dele no seu pescoço, descendo para o ombro por dentro da roupa.
O instinto de defesa tomou conta dela.
Sem ver onde acertava, empurrou-o para longe, com os joelhos e os braços e saiu de casa dele de rompante.
Lembrou-se que não tinha a mala com ela.
Voltou para trás e viu-o sentado, dobrado sobre si, emitindo pequenos gemidos de dor.
Agarrou na mala e saiu novamente.
A noite fazia as sombras das árvores avançar sobre ela, à medida que seguia com rapidez na berma da estrada.
No acesso até à estrada principal, não viu luzes que pudessem indicar que ele a seguira, mesmo assim seguiu por dentro da vegetação para evitar ser vista.
O calçado não era o indicado. Ia tão enraivecida que nem sentia as picadas das silvas, invisíveis no meio da escuridão.
Viu ao longe a estrada principal, onde existia um pequeno café.
Apressou o passo.
Queria lá chegar antes de pensar a quem poderia ligar para pedir boleia.
O fogo deve ser libertado em pequenas doses como se fossem fósforos.
Milhares de fósforos acesos simultaneamente, são impossíveis de controlar, provocando um enorme incêndio.