quarta-feira, 19 de março de 2008

Mensagem trocada


Cat chegou a casa depois daquele jantar enervante.
Arranhada e suada decidiu tomar um duche para tentar recuperar a boa disposição.
Deixou a água correr afastando a má energia.
Ficou um pouco mais relaxada, mas ainda não conseguiria dormir.
Sentou-se em frente do computador, e ligou-o.
Abriu o MSN e viu quem estava online antes de se tornar visível.
Precisava de falar a alguém sobre o sucedido.
Viu João, mas decidiu que não era com ele que queria falar.
Viu também a sua amiga Luisa, e iniciou a conversa.
Começou a contar o que se tinha passado com Melro.
Luisa ia respondendo com alguma lentidão, o que a confundiu um pouco, pois não era costume.
No rodapé do seu monitor apareceu uma janela laranja.
Era João.
Decidiu não responder.
Outro som anunciou uma entrada online.
Era Melro, que acabava a iniciar a sessão.
Antes que pudesse sair, apareceu uma janela de conversação.
- Espero que estejas feliz com o que fizeste!
Sentiu-se ferver de irritação.
Cat foi respondendo a Melro, com fúria, enquanto ia contando o que se estava a passar à sua amiga Luisa.
No meio dessa agitação, não reparou que uma das mensagens iradas que mandava para Melro, tinha sido escrita por engano na janela de João.
A resposta foi imediata.
Cat pediu-lhe desculpa, explicando o engano.
João respondeu que ela parecia precisar de descontrair, e perguntou se não queria encontrar-se com ele.
Cat pensou por uns momentos, hesitante.
Apesar de tudo apetecia-lhe descontrair e João era a pessoa indicada para a fazer esquecer aqueles incidentes desagradáveis.
Aceitoou o convite de João.
Vestiu uma roupa simples e saiu.
O ar da noite estava fresco, mas apesar disso sentia-se um pouco zonza.
Pensou que talvez não fosse prudente pegar no carro, mas agora que tinha decidido ir, sentia um grande desejo de estar com João.
O carro parecia seguir sozinho pela autoestrada, pois os seus pensamentos voavam dentro da sua cabeça.
Durante o jantar com Melro, sentira-se como se fosse a presa de um caçador, mas agora o seu instinto fazia-a sentir-se o próprio caçador.
Saiu da autoestrada pelo acesso que João lhe indicara, e tentou seguir as direcções que este lhe dera.
Ele estava a trabalhar, por isso não conhecia o sítio onde tinham combinado.
O facto de ser um locao de trabalho, em vez de a fazer sentir-se constrangida, dava ao encontro um apelativo sabor a fruto proibido.
Absorta nesses pensamentos, foi seguindo o caminho e em breve reparou que estava perdida.
Ligou para ele.
Quando ele atendeu, a sua voz jovial, provocou-lhe um arrepio de excitação.
- Estás perdida?... Pois ... Não conheces bem este lugar...
Retomou o caminho e em breves instantes chegou perto de João.
Ele veio busca-la à porta.
- Vem atrás de mim... não podes ser filmada pelas câmaras de vigilância.
Seguiu-o, sentindo-se um pouco tonta, pois o seu corpo ainda não eliminara totalmente a sangria que bebera ao jantar.
Ele andava depressa e ao tentar segui-lo, estava a ficar cada vez mais tonta.
- Espera! - disse - Deixa-me apoiar no teu ombro.
Ele olhou para ela e sorriu.
Um sorriso bonito, que lhe dava um ar quase infantil.
Ela estendeu a mão para o ombro de João, e ele atrasou um pouco o passo.
-Eu sei o que se passou...- disse João - Eu estava a falar com a Luisa e ela contou-me tudo.
Cat sorriu e percebeu porque razão ele a convidara. Era a forma que encontrara de a proteger e de a tentar animar.
Pensou que nunca mais chegavam, e sentia-se tão zonza, com tantas voltas que se quizesse sair de lá, não sabia se conseguiria.
Passaram uma porta, no final de umas escadas e entraram numa sala enorme e escura, com apenas uma mesa e algumas cadeiras.
- O que é este sítio? - perguntou Cat.
- Nada. Um escritório que não está a ser utilizado.
Cat pousou a mala numa das cadeiras e virou-se de costas para João, para tirar o blusão.
João encostou-se as suas costas, rodeando-lhe a cintura com os braços e puxou-a para ele com meiguice.
Beijou-lhe a nuca e sussurou ao seu ouvido: - Vem cá...
Cat virou-se procurando a boca de João com os seu lábios húmidos.
Beijaram-se meigamente
Cat estranhou um pouco, pois ele sempre fora muito mais carnal.
Toda a dureza que aparentava normalmente, era anulada pela meiguice dos seus beijos.
Abraçou-o, deixando que a boca dele percorresse o seu pescoço e o peito.
Sentindo a rigidez dos seus mamilos João, apertou-os levemente com a ponta dos dedos fazendo-a estremecer.
As mãos de João foram descendo, pela sua barriga e até ao interior de suas coxas, onde afastaram ligeiramente as pernas de Cat.
Cat correspondeu afastando as pernas e expondo o seu clitóris. Ele tocou-lhe meigamente com os dedos, fazendo com que Cat sentisse uma onda de sensações, subir por todo o seu corpo.
As mãos de Cat procuraram o pénis de João, guiando-o até si.
Sentiu-o penetrar na sua vagina, deixando o prazer invadir o seu corpo na totalidade.
O facto de não haver amor, tornara-a egoísta.
Sentia um grande carinho por João, até porque ele tinha um olhar de miúdo meigo e assustado, que contrastava com a sua maneira segura de agir.
Mas para ela apenas importava o seu próprio prazer.
Era uma fase de libertação.
Sempre que tivera um namorado por quem estava apaixonada, fora generosa demais, mas agora começava a gostar cada vez mais de fazer as coisas só pelo seu próprio prazer.
Por vezes, para nos encontrarmos a nós próprios, basta quebrar algumas regras que nos auto-impusemos.
Todas as regras são feitas para serem quebradas em alguma altura, e quem terá mais direito a isso do que quem as criou?....






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